APRESENTAÇÃO


Quando resolvi escrever este livro, a idéia era apresentar um gato que contava sua própria história e através dele demonstrar que os animais possuem idéias e sentimentos.Entretanto, logo no início da narrativa, senti vontade de relatar experiências com outros animais que passaram pela minha vida e que me marcaram de alguma forma, seja por serem apenas especiais, seja porque sofreram algum tipo de... violência que deve servir de exemplo para que outras pessoas ajam com maior sensibilidade diante de situações semelhantes.A melhor amiga do gato Jack é a cachorra Bela, que na vida real é minha pit bull Tiffany. Tive que selecionar algumas peripécias que ela cometeu, pois se tivesse que contar todas, teria que mudar o título do livro, pois a quantidade de páginas a transformaria na protagonista da história.Se com este livro, eu conseguir tocar profundamente o coração de pelo menos dez pessoas, poderei concluir que valeu a pena escrevê-lo, pois contando comigo seremos onze a acreditar e propagar que a vida espiritual não é privilégio dos homens, e que os animais pouco tempo depois de deixarem as vestes físicas logo retornam, e depende apenas de nós reencontrá-los para lhes dar uma nova oportunidade de compartilharem de nossas vidas. Qual o segredo para isso? Apenas o magnetismo do amor.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

ALMAS QUE SE PERDEM...

“Nos amamos e nos prometemos antes da partida.
Juramos que seríamos fiéis
E que nos reconheceríamos no reencontro.
Asseguramos um ao outro que não nos perderíamos
E que o sinal de que fomos amantes no passado espiritual
Seria o brilho dos olhos, ao primeiro contato visual.
Nossa memória, no entanto, se perdeu no universo,
Nos reencontramos no plano físico e não houve qualquer sinal.
Não reconheci tua voz, não percebi o brilho dos teus olhos,
Não senti qualquer emoção diferente quando toquei tuas mãos,
Em um frio cumprimento de formalismo.
Sequer correspondi a tuas inúteis tentativas de conquista,
Já que fisicamente tu não despertaste meu interesse.
Como um rude visionário envolto em sua fantasia tosca,
Passei a vida te buscando nos desenhos das nuvens,
No contraste das sombras nos dias de verão,
Nas rajadas de vento à beira-mar.
Minha vida foi apenas uma passagem sem sentido,
Trabalhei, ganhei dinheiro, fiz amigos e inimigos.
Só não encontrei o amor, pois não pude te identificar
Quando o destino cruzou nossos caminhos.
Te perdi e me perdi, na cegueira da falta de lembrança
E na insensível percepção prejudicada pelos preconceitos.
Apenas me achei, quando novamente te achei,
Ao retornarmos ao plano espiritual.
Tarde demais, pois alguém te achou antes de mim,
E minha insensibilidade, meu preconceito e minha indiferença
Conspiraram uníssonos para que tua alma se unisse a outra alma,
E nosso amor, até então infinito, se transformasse em ternura,
Nossas promessas de união se tornassem de vínculo fraterno
E nossas almas seguissem outro destino,
Já sem saudade nem expectativa alguma.”

(Do livro MEMÓRIAS ESPIRITUAIS DE UM GATO)


domingo, 1 de janeiro de 2012

QUE DEUS É ESSE?

Que Deus é esse,
Onipotente, Onipresente,
De ricos ou pobres,
De sujos ou limpos,
De satisfeitos ou famintos,
Que permite que o poder dos grandes
Ofusque os sonhos dos pequeninos?

Que mundo é esse,
Tão grande, tão rico...
Repleto de recursos e tecnologias,
Insignificantes, de repente, para muitos...
Homens, mulheres, meninos... Seres humanos!
Pessoas que não hesitariam em trocar um computador
Por um copo de água ou um prato de comida.

Certamente é o Deus da liberdade
E o mundo – uma oportunidade de crescimento.
Sim, Deus nos deu de presente o mundo
Com abundância de rios, para aplacarmos a sede,
Com abundância de frutos, para saciarmos a fome,
E colorido de flores,
Para adornarem nossas vidas.

Deus nos entregou um mundo de sonhos
E liberdade!
Liberdade para que os homens se amem
- ou até se matem –
Ou, pior ainda, ao invés de se matarem,
Ignorem a imagem e semelhança do Criador
E deixem seus irmãos na humilhação das calçadas
Trêmulos de frio, famintos, degenerados,
Abandonados diante da multidão que passa
Indiferente às mãos que se estendem
Implorando um pedaço de pão”.